quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Professora recebe prêmio de cidadã de Jundiaí na Câmara

A professora Lúcia Helena de Andrade Gomes, 54 anos, já ganhou prêmios em literatura e reconhecimento internacional na área de educação. Mas nenhum teve tamanho significado pessoal, segundo assegura, como o título de Cidadã Jundiaiense, que ela recebe nesta quinta (02), às 19h, em cerimônia solene no Teatro Polytheama organizada pela Câmara Municipal.
Na mesma noite serão entregues outros títulos honoríficos, a personalidades como o jornalista Jayme Martins, articulista do BOM DIA, e Virgílio Torricelli, vice-prefeito nos anos 60.
“Amo esta cidade, com suas qualidades e dificuldades”, diz Lúcia. Ela é de Lins e mudou-para Jundiaí em 1983. Na cidade que escolheu para morar com os dois filhos e o marido, o engenheiro e advogado  Cláudio, fundou a Associação Municipal de Educadores de Pré-Escola, ajudou a construir os primeiros estatutos municipais nesta área, trabalhou 25 anos na rede municipal de ensino, na rede particular e participou da fundação da Academia de Letras Jurídicas, entre outras muitas atividades.
Desde 2005 ela vem modernizando o método de ensino no curso de Direito da UniAnchieta, onde dá aulas há 18 anos. “Fui convidada para atuar como professora logo quando me formei”, conta. “E inclui o meu olhar de educadora nestas aulas.”
Esse olhar, resultado da graduação em Letras e Pedagogia antes do Direito, envolve a inclusão de cultura popular e clássicas nas aulas jurídicas.
Ela coloca imagem da obra “Operários”, de Tarsila do Amaral, por exemplo, para discutir ciências políticas. O filme “Zuzu Angel” é usado em discussões sobre a ditadura.
Faz o mesmo para ressaltar outros assuntos com poemas de Cora Coralina, Vinicius de Moraes ou com letras de música de Chico Buarque.
“Qual é o instrumento do operador de Direito?” questiona. E responde: “É a lingua.”
A professora diz que o uso dos recursos da música, cinema, artes plásticas, literatura e outras linguagens culturais, principalmente brasileiras,  amplia o conhecimento dos alunos. “Eles têm que ter um olhar do mundo.” O resultado tem sido satisfatório.
Em junho deste ano, Lúcia apresentou  seu método de ensino em um congresso acadêmico realizado em Portugal. O mérito, diz, não é só dela.“É  um trabalho coletivo.”

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